Projeto determina que língua portuguesa deverá ser priorizada na redação de documentos oficiais e peças publicitárias.
Da Redação redacao@novohamburgo.org (Siga no Twitter)
O Plenário da Assembléia Legislativa do Rio Grande do Sul aprovou na terça-feira, dia 19, o projeto que obriga a tradução de expressões ou palavras estrangeiras para a língua portuguesa — sempre que houver no idioma uma palavra ou expressão equivalente.
A proposta, aprovada por 26 votos a favor e 24 contrários, é de autoria do deputado Raul Carrion (PCdoB). Duas emendas foram incluídas no texto da proposta. Uma delas retira a obrigatoriedade de tradução quando a expressão for nome próprio. A segunda sugere ao Executivo que coloque em prática o projeto em documentos oficiais.
Com a aprovação, a proposta será submetida à apreciação do governador Tarso Genro. Ele tem 30 dias para sancionar ou vetar o tema. Se sancionada, a lei precisará ainda ser regulamentada. O projeto não aponta quem deve ser responsável pela fiscalização e também não estabelece sanções a quem descumprir o dispositivo.
O projeto determina que todos os órgãos, instituições, empresas e fundações públicas deverão priorizar na redação de seus documentos oficiais, materiais de propaganda e publicidade, a utilização da língua portuguesa, em vez de termos estrangeiros. O texto da proposta diz ainda que, nos casos excepcionais, em que não houver na língua portuguesa palavra ou expressão equivalente, o significado da palavra estrangeira deverá estar escrito, logo após sua utilização no texto.
MACAQUICE – Ao defender o texto, o deputado Carrion (foto) afirmou que a redação não impede o uso da palavra estrangeira, porém obriga a tradução. Na opinião dele, a defesa da língua pátria, da cultura brasileira e do direito do consumidor justificam o projeto. O parlamentar classificou como “imposição cultural por macaquice” a utilização de expressões em inglês no cotidiano dos brasileiros.
“O que sale agrega à liquidação? O que print contribui se temos a palavra imprimir? É macaquice, querer aparecer. Parece que falar em português é feio, vergonhoso. O bonito é falar estrangeiro”, declarou.
Um fala em irrelevância, outra
em direito à compreensão
Um dos parlamentares a se manifestar contrário na Tribuna, o deputado Frederico Antunes (PP) declarou não entender o interesse do colega em alterar expressões já previstas nos dicionários.
“Existem questões que iríamos colaborar se não tentássemos legislar. Este projeto não tem a menor relevância, nem interesse público. É uma questão quase inócua. O senhor (Carrion) já trouxe temas mais interessantes para a discussão”, afirmou, com uma edição do Aurélio em mãos.
Única parlamentar a discursar a favor do projeto na Tribuna durante a sessão — além do autor —, a deputada Marisa Formolo disse que a proposta defende os valores do país e o direito à compreensão da informação. “O que está em discussão é o direito de todos a mesma informação e compreensão. Debatemos um fato cotidiano: que todos entendam o que é dito no dia a dia.”
Informações de ZeroHora.com
FOTO: ilustrativa / Bruno Alencastro-Sul21
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